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Por Diário do Comércio em 20/10/2025 07:12
Enquanto as empresas ganharam mais um ano para se adaptar à NR-1, a norma do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) sobre a norma que inclui riscos psicossociais no ambiente corporativo, o número de afastamentos por transtornos mentais no Brasil atingiu cerca de 500 mil registros em 2024 - um aumento de 66% em relação ao ano anterior, segundo o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho.
O dado reforça uma realidade que já impacta diretamente a produtividade e os custos das empresas, e explica por que a saúde mental se tornou prioridade nas estratégias corporativas.
De acordo com o Anuário Saúde Mental nas Empresas 2025, elaborado pelo Instituto Philos Org, as companhias brasileiras registraram um salto expressivo no índice de maturidade da gestão em saúde mental, que passou de 5,06 em 2024 para 8,19 em 2025, um avanço de quase 62%.
“As empresas entenderam que a saúde mental não é apenas uma pauta de bem-estar, mas uma questão de desempenho e sustentabilidade. Cuidar de pessoas significa proteger resultados”, destaca Izabela Holanda, diretora da IH Consultoria e Desenvolvimento Humano.
Panorama nacional e global
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que depressão e ansiedade causem a perda de 12 bilhões de dias de trabalho por ano no mundo, com prejuízo econômico de quase US$ 1 trilhão. No Brasil, além dos 500 mil afastamentos, o Ministério da Previdência registrou aumento recorde nos benefícios concedidos por transtornos mentais e comportamentais, um alerta para a necessidade de prevenção e suporte psicológico contínuo dentro das empresas.
“O impacto é triplo: humano, financeiro e produtivo. Cada afastamento representa perda de talento, sobrecarga das equipes e aumento de custos para o sistema de saúde”, analisa Izabela.
O estudo aponta ainda que a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que tornou obrigatória a gestão da saúde mental e os riscos psicossociais nas empresas, foi decisiva para essa mudança de cenário. Além disso, a Lei 14.831/2024, que instituiu o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, reforçou o compromisso das corporações com o cuidado emocional dos colaboradores.
Os dados do Anuário mostram que as transformações não ocorreram por acaso. Entre os setores, Serviços, Transportes e Logística tiveram alta de 170% no índice de saúde mental, seguidos por Energia e Recursos Naturais (132%), Alimentos e Bebidas (111%) e Agronegócio (111%).
“As organizações que tratam o tema com seriedade estão colhendo resultados concretos: menos afastamentos, mais engajamento e maior retenção de talentos”, explica Izabela.
Ranking das empresas mais engajadas
O levantamento de 2025 destaca Itaú, Lojas Renner, Banco do Brasil, RD Saúde e Bradesco como líderes nacionais em políticas de saúde mental, seguidos por Grupo Dasa, Ambev, Gerdau e Enel. Essas empresas se destacam por programas estruturados de apoio psicológico, desenvolvimento de lideranças e letramento emocional, além de ações de psicoeducação e acolhimento.
Entre os exemplos citados no Anuário: Banco do Brasil: promoveu mais de 16 mil rodas de conversa sobre burnout e ansiedade, e ampliou seu programa de psicoterapia online; Grupo Dasa: realizou 6,4 mil atendimentos em saúde mental, com 82% de prevenção em internações; Lojas Renner: ofereceu 14,8 mil sessões de telepsicologia gratuitas a colaboradores e dependentes e RD Saúde, criou Comitê Técnico de Saúde Mental, e promoveu o “Dia D da Saúde Mental”, envolvendo líderes de todo o país.
“O cuidado emocional se tornou questão de sobrevivência organizacional. Empresas que negligenciam a saúde mental perderão talentos, reputação e competitividade. As que investem, colhem sustentabilidade e inovação”, conclui Izabela Holanda.
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